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Antônio Carlos Napoleão
O Brasil coleciona troféus na Copa do Mundo, a começar da participação em todas as dezenove já realizadas e do lugar garantido como sede em 2014; chegou a sete finais e venceu cinco; e ostenta outro diferencial pouco observado, mas não menos importante: a maestria do brasileiro enriqueceu o futebol com uma densidade artística que fez aumentar o interesse e a admiração pelo jogo da bola com os pés. Se é o esporte do mundo, em grande parte, essa devoção se deve à liturgia introduzida pelo time canarinho, com a ginga, o improviso, a imprevisibilidade, a finta de corpo, a técnica de pôr a bola no ponto desejado, carregando-a de efeitos irregulares e trajetórias assimétricas, sintetizados na folha-seca. A excelência do jogador em campo e a importância do jogo na sociedade foram diferenciais brasileiros que ajudaram a conferir ao futebol uma dimensão universal. Atualmente, 204 federações filiadas à Fifa (nem todas representam Estados autônomos, como as de Hong Kong e Taiti) disputam as trinta e uma vagas da competição (a 32.ª é do anfitrião). Um longo jogo de efeitos geopolíticos e sociológicos foi travado ao longo de décadas para que cada selecionado vestisse a camisa da nação. Todo time do mundo vai a campo imbuído do orgulho de ser, como disse o cronista Nélson Rodrigues, “a pátria de chuteiras”, e foi na Copa do Mundo que o futebol consolidou-se como elemento da identidade nacional. Os sul-americanos, e entre eles o Brasil, foram essenciais na construção dessa jornada, convindo lembrar que o primeiro mundial foi desdenhado pelos países mais importantes da Europa, a começar da Inglaterra, que sempre se achou síndica do futebol, e coube ao Uruguai, já bicampeão olímpico, patrociná-lo integralmente.
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